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20-22 AUG, 2025, Istanbul Expo Center

IFCO reforça internacionalização da Turquia

A sétima edição da IFCO – Istanbul Fashion Connection, que decorreu entre os dias 5 e 8 de fevereiro, acolheu 514 expositores distribuídos por oito pavilhões, aproveitando a benéfica localização geográfica da Turquia como estratégica para se afirmar como um dos centros mundiais da indústria têxtil, de vestuário e de moda, refere a organização.

Os quatro dias de feira receberam 33.788 visitantes de 151 países. A presença internacional correspondeu a 42%, uma subida de 5,3% em comparação com a edição de fevereiro do ano passado, sendo que o Médio Oriente foi a região mais representada.

Com a inflação e a subida dos custos de produção apontados como os principais desafios enfrentados pela indústria, a feira procurou apoiar a recuperação da economia e ser um ponto de encontro entre os fabricantes turcos e os retalhistas de moda mundiais. Além de ser o cenário para a apresentação das mais recentes coleções de vestuário, calçado e acessórios, a IFCO também deu palco a um programa de seminários e desfiles.

Embora responsável por 3,5% das exportações mundiais de vestuário, número avançado por Mustafa Gültepe, presidente da Türkiye Exporters Assembly, a Turquia registou, em 2024, uma queda de 2% no valor das exportações do sector têxtil e do vestuário, revelou Ömer Bolat, Ministro do Comércio da Turquia, presente na cerimónia de abertura da feira, que reforçou a importância do sector para o país, que descreveu como o «primeiro amor da indústria turca» e «altamente exportador e gerador de emprego». Segundo Ömer Bolat, «apesar das décadas que passaram, o vestuário não perdeu nada do seu poder e da sua dinâmica. A nossa indústria de vestuário e pronto-a-vestir produziu bons produtos que representaram globalmente a qualidade e a marca. Acreditamos que a indústria turca continuará a escrever histórias de sucesso com a sua forte capacidade de produção e design, para além de uma entrega rápida».

Além das marcas e produtores turcos presentes terem realçado a verticalidade e qualidade demonstrada pelo país, um dos principais destaques foi a expansão nos mercados europeus, juntamente com o fortalecimento nos mercados vizinhos.

Produção nacional e desafios

Em declarações ao Portugal Têxtil, as marcas e empresas apontaram a capacidade de obter matérias-primas e de manter um ciclo de produção completo na Turquia como uma das grandes forças da sua ITV.

Enes Oruç, responsável pelas exportações e importações da Oruç Leather Goods, empresa familiar especializada em produtos de pele, sublinhou que as grandes vantagens de produzir 100% na Turquia são «os curtos tempos de produção e prazos de envio, conseguindo escoar encomendas numa ou duas semanas». Além disso, a logística associada ao envio é simples e o facto de não pagar tarifas quando exporta para a Europa são grandes benefícios. No entanto, o grande desafio que a empresa enfrenta atualmente é, segundo Enes Oruç, o preço dos envios para a Europa que aumentou significativamente. «É uma loucura e torna-nos menos atrativos para o mercado europeu», para o qual exportam 25% da sua produção, especialmente para França e a Espanha, apontou.

Meltem Özbek

A My City, marca especializada em denim, exporta 30% do que produz, especialmente para países árabes e do Médio Oriente, juntamente com a Rússia. Com fábricas próprias em Gaziantepe, no sudeste turco, é no seu país que se encontra o principal público-alvo, mas é no Extremo Oriente que se inspira. Halil İbrahim Erdoğan, coproprietário da My City, explicou que ruma, por exemplo, ao Japão, Coreia do Sul e China, «países atualmente muito bons no negócio da moda», para recolher ideias e, de volta à Turquia, desenvolvê-las a seu gosto. Sobre os grandes problemas que encontra, esclareceu que «perdemos alguma vantagem para os países do Extremo Oriente, por causa da inflação, porque agora é mais caro produzir na Turquia». Como resultado, reduziram o volume de produção e passaram a investir mais na qualidade e no design, em detrimento da quantidade.

A feira de moda de Istambul voltou a ter uma área reservada ao vestuário de criança, que nesta edição cresceu para 40 expositores, contrastando com os 16 da edição anterior e os três da primeira.

A zona “The Core” manteve-se como palco do talento nacional e contou com 26 designers turcos a expor os seus trabalhos, das marcas mais jovens às mais implementadas, todos muito satisfeitos por poderem contar com aquele espaço especial. Meltem Özbek, designer com 10 anos de carreira e repetente na feira, indicou que o principal mercado continua a ser o da Turquia, mas já está presente em Paris e no Dubai. Também produz totalmente em Istambul, onde vive, e confessou que é um «grande orgulho» poder fazê-lo. «Se queres ser uma marca na Turquia, o orçamento é uma parte difícil. É preciso gastar muito dinheiro, mas o Governo dá-nos apoio financeiro. Depois da pandemia tudo mudou e agora é mais desafiante exportar e ter um showroom no estrangeiro passou a ser mais caro», realçou. No futuro da internacionalização, pretende expandir para os EUA e continuar a apostar no Dubai, tendo em conta o elevado poder de compra.

Criada em 2021, a IFCO já recebeu «até à data 2.552 expositores e 153 mil visitantes», anunciou Mustafa Paşahan, vice-presidente da İHKİB (Associação de Exportadores de Vestuário de Istambul), acrescentando que «a única competição da IFCO é a própria IFCO».

A próxima edição da feira turca está agendada para 20 a 22 de agosto.

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